ENREDO / PLAYGROUND (2024)
Enredo e Playground são obras colaborativas dos artistas Laura Moreira e Caru Brandi criadas para a exposição Playground que ocorreu em 2024 no CHC Santa Casa em Porto Alegre, RS.
Playground é uma exposição coletiva de Caru Brandi e Laura Moreira, artistas que trabalham diferentes linguagens, como cerâmica, gravura, escultura e instalações. Criando fábulas a partir da construção de corpos disformes e metamorfoseados, o projeto relaciona as pesquisas dos dois artistas no intuito de construir um espaço lúdico, experimentando materiais, dinâmicas, formatos e texturas. Um ambiente com muitas possibilidades de criar, de jogar, brincar, tocar, abraçar e, quem sabe, trocar de lugar. Playground fala sobre a infância, sobre o despertar da curiosidade e a atenção aos detalhes.
Esse projeto visa reinventar a maneira como as produções artísticas são concebidas e compartilhadas, refletindo a colaboração, os afetos e as ideias sobre e para o mundo. Seus processos criativos constroem narrativas que trazem um tom didático às questões de corporeidade, identidade e memória.
Laura e Caru desenvolveram uma metodologia colaborativa para a construção de seus trabalhos e, através da troca de saberes, começaram a costurar e modelar juntos. Não ao acaso, os corpos estão suturados, acoplando peças e imagens errantes e guardando em si retalhos possivelmente de outros.
Com curadoria de Marina Feldens e produção de Anna Mattos, a exposição traz à tona o desejo de repensar a galeria, os espaços expositivos e sua utilização. São necessários algodão, argila, espuma, fibra, areia, velcro e jeans para construirmos o nosso Playground, nosso espaço de jogos, descanso e lazer. Buscamos, na materialidade da mostra, o que não foi dito, ou foi deliberadamente ocultado, que transforma as visitas à galeria em um jogo inquietante em busca de fricções.
— texto de Marina Feldens.
Um corpo disforme, metamorfoseado, sobre o qual pouco sabíamos, mas já conjurávamos. Tecer em conjunto é dar margem ao imprevisível, ao mutável. Enredo nasce dos encontros porosos e disponíveis, e deles guarda em si as possibilidades do que pode um corpo que se encontra em constante transformação. Não ao acaso, esse corpo suturado acopla peças e imagens errantes, guarda em si pedaços que já foram de outros. Aberto ao acaso, seu corpo acumula experiências e técnicas incorporadas em improviso e experimentação.
— caru brandi e laura moreira, janeiro de 2024
fotografias: Thiéle Elissa